O crime compensa? O crime não compensa! Costumam afirmar as autoridades policiais, a imprensa e até mesmo os líderes religiosos. Todavia, alguns tipos de crimes podem até não compensar, mas contentam.
Resultado de uma escrita estilosa o novo livro de Aloísio Dantas é um destes cometimentos dos quais desejamos ser cumplices através, pelo menos, da leitura.
É comum entre os poetas e escritores dizer que “cometeu-se” uma obra artística como fruto de suas inquietações pessoais ou a partir da observação acurada dos sofrimentos alheios.
O “crime” aqui cometido por Aloísio nos leva a querer ser partícipes da elaboração, da execução e do desvelamento do ato escriturístico. Contudo, como bom “criminoso das palavras” e “assassino das paixões”, o autor nos enreda, nos engana, nos oferece pistas falsas, nos faz de bobo para, depois, nos fazer parecer inteligentes, nos convidando para somente imaginar o crime com nossas próprias ferramentas intelectivas.
O livro que ora chegar às mãos de leitores e leitoras é uma obra inventiva, mutante e caleidoscópica, na qual o autor desafia a nossa inteligência, provando que, às vezes o crime de escrever, ler e imaginar ainda compensa sim, e muito.
Boa leitura.
Prof. Antonio Clarindo
Membro da Academia de Letras de Campina Grande